Web Summit Lisboa 2025: O Brasil não Apenas Participou, Deu Aula de Inovação Inclusiva!

O Web Summit Lisboa, realizado entre 10 e 13 de novembro , atraiu cerca de 70 mil pessoas de todo o mundo, transformando a cidade em um hub efervescente de ideias. No meio desse turbilhão global, a delegação brasileira se destacou, não só pelo volume, mas pela qualidade e pelo propósito de suas inovações.

I. A Força dos Nossos Números: Uma Delegação Recorde

Para começar, o Brasil se consolidou como uma das maiores forças no evento. Nossa delegação em Lisboa reuniu mais de 370 startups e empresas inovadoras. Esse número impressionante não é apenas uma estatística; ele reflete a efervescência e o crescimento contínuo do nosso ecossistema de inovação, que já ultrapassou a marca de 20 mil startups ativas.

Coordenada por entidades estratégicas como a ApexBrasil e o Sebrae , a missão brasileira tinha um objetivo claro: ampliar a inserção internacional das nossas startups, fortalecer o networking com investidores globais e consolidar o Brasil como um polo de empreendedorismo e inovação no mundo. O sucesso é palpável: edições anteriores já geraram uma projeção de R$ 75,6 milhões em novos negócios. A expectativa, em 2025, era levar esses números a um novo patamar, capitalizando o capital de influência conquistado.

II. A Inovação com Propósito: O PIX como Símbolo Global

O Web Summit é conhecido por revelar tendências e disruptores, mas a grande surpresa deste ano não foi uma invenção recém-lançada; foi o nosso já consolidado PIX. O sistema de pagamento instantâneo do Banco Central foi o assunto da abertura, sendo apresentado como um símbolo global do poder da inovação que inclui.

A Revolução dos Pagamentos é Brasileira

Paddy Cosgrave, fundador do Web Summit, foi enfático ao declarar que a "revolução dos pagamentos" não veio de uma gigante de tecnologia americana ou de bancos europeus, mas sim do Banco Central do Brasil.

O PIX foi exaltado por ser um exemplo mundial de infraestrutura aberta, gratuita e eficiente. Para o BR Nomad, que valoriza a praticidade e a eficiência, essa validação internacional é motivo de orgulho, pois mostra que a solução criada aqui está estabelecendo um novo benchmark global.

O impacto do PIX foi debatido em um painel de destaque, com um título que já dizia tudo: “O choque de US$ 7 trilhões do Pix: por que os Estados Unidos estão abalados”. Cosgrave sublinhou que a gratuidade do PIX é tão revolucionária que pode "colocar em risco as fintechs e os monopólios de pagamento já estabelecidos" ao se espalhar pelo Sul Global e pelo resto do mundo.

A lição central que o Brasil entregou ao mundo no Web Summit foi clara: a tecnologia só faz sentido quando aproxima pessoas, democratiza oportunidades e constrói pontes. O futuro pertence a quem consegue transformar "propósito em produto e inclusão em infraestrutura". O PIX é a materialização desse princípio.

III. A Diversidade é a Nossa Maior Startup

Se o PIX foi o protagonista da infraestrutura, a Diversidade da nossa delegação foi a grande estrela cultural. O Brasil usou o Web Summit para mostrar ao mundo que a inovação acontece em todas as regiões, liderada por talentos de todos os perfis.

Descentralização e Inclusão de Gênero

A seleção das startups apoiadas pela ApexBrasil e Sebrae buscou ativamente a inclusão, indo muito além do tradicional eixo Rio-São Paulo :

1. Liderança Feminina: Mais de 50% das startups apoiadas tinham liderança feminina. Essa ênfase é um sinal poderoso de maturidade e equidade, atraindo investidores focados em critérios ESG (Ambiental, Social e Governança).

2. Descentralização Geográfica: Houve uma preocupação genuína em representar o país inteiro. O Nordeste, por exemplo, berço de 24,7% das startups do Brasil, representou o segundo maior contingente na missão de Lisboa (23,18% das selecionadas pela ApexBrasil). Além disso, a seleção priorizou empreendedores do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e, de forma inédita, de favelas e comunidades urbanas.

Essa política de inclusão não é apenas social, é estratégica. Ela garante que as soluções tecnológicas apresentadas sejam robustas e representativas dos diversos desafios do nosso país, especialmente em áreas como Bioeconomia e Agronegócio. O Brasil provou que sua criatividade é adaptável e resiliente, vindo de todos os cantos.

IV. Novidades Quentes: Além da Fintech

O Brasil não vive só de PIX. Nossas startups apresentaram soluções de vanguarda em áreas estratégicas para o futuro global:

1. Fintech 2.0: Drex e Open Finance

O sucesso do PIX abriu caminho para a próxima onda de inovação financeira. O Drex, nossa Moeda Digital de Banco Central (CBDC), foi apresentado como a evolução natural, e sua relevância é tanta que está sendo estudado ativamente na Europa. Juntamente com o avanço do Open Finance e a integração de Inteligência Artificial, o Brasil está impulsionando a era dos pagamentos invisíveis e das experiências financeiras mais fluidas.

O recado é claro: o Brasil se consolidou como vanguarda em soluções financeiras, redefinindo as experiências de pagamento e monetização em ambientes digitais.

2. Liderança em Bioeconomia e Sustentabilidade

Em um momento em que a sustentabilidade domina a agenda global (e com a proximidade da COP30), a delegação brasileira reforçou nossa liderança em Bioeconomia. O Brasil apresentou soluções Green Tech de alto valor agregado, mostrando que podemos unir inovação e responsabilidade ambiental.

Algumas startups de destaque incluíram:

• Bio 6: Focada em tecnologia avançada para limpeza de água.

• Sintropia: Marca de cosméticos com foco em impacto ambiental reduzido.

• Wood Chat: Solução inovadora de rastreabilidade da madeira, essencial para evitar irregularidades ambientais.

O foco nessas tecnologias verdes demonstra que o Brasil não apenas participa das discussões climáticas, mas oferece soluções práticas e escaláveis para o mercado global.

Conclusão: O Brasil Está Moldando o Futuro

O Web Summit Lisboa 2025 foi mais do que um evento tecnológico para o Brasil; foi um endosso global à nossa capacidade de inovar com impacto social. O destaque dado ao PIX, a celebração da nossa diversidade geográfica e de gênero, e a apresentação de soluções de Bioeconomia e Fintech 2.0 solidificaram uma nova percepção internacional: “O Brasil não está se adaptando ao futuro. Ele está moldando o que vem depois”.

Para você, BR Nomad, a mensagem é de otimismo. Temos um ecossistema de inovação que é criativo, inclusivo e que está gerando benchmarks para o mundo. O Brasil é, definitivamente, um fornecedor de soluções críticas e com propósito. Fique de olho nesses talentos e nesse futuro que estamos construindo juntos.

Paddy Cosgrave na abertura do Web Summit Lisboa 2025. Crédito: Divulgação/Web Summit

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